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Torcidas Brasileiras PDF Versão para impressão Enviar por E-mail

Este artigo, elaborado por um amigo da Torcida Verde, de nacionalidade brasileira, pretende dar uma visão geral sobre o fenómeno das Torcidas Organizadas do Brasil.

Para a Torcida Verde, no princípio dos anos 80, as Torcidas brasileiras eram a única fonte de inspiração, no que diz respeito a grupos de adeptos organizados, o que iria também contribuir para a fundação do nosso grupo, bem como para a nossa denominação.

Nos dias de hoje continuam-nos a chegar imagens de rara beleza das arquibancadas dos estádios brasileiros e que desta forma queremos prestar o justo tributo.

Torcida do Fluminense

Diferentemente da Europa, no Brasil não há o movimento “Ultra”. O que mais se aproxima é conhecido através das "claques" conhecidas por “organizadas” ou uniformizadas. Contudo, as suas origens também possuem o mesmo carácter contestador associado aos Ultras.

Durante a década de 1940, no Rio de Janeiro, nasceu uma forma de apoio que antecedeu as Torcidas organizadas e uniformizadas: as “Charangas”, que eram pequenas bandas musicais que tocavam músicas de apoio aos clubes. Cada equipa tinha uma.

Império Alvi Verde

A explosão do surgimento das “organizadas” ocorreu nos anos de 1960 e 1970, durante o regime militar no Brasil, quando reunir-se em torno do futebol passou a ser tolerado pelos governantes. Neste contexto, surgiram Torcidas como as do Flamengo e Corinthians.

Os corinthianos da “Gaviões da Fiel” surgiram em 1969 a partir de um grupo de adeptos que se reunia desde 1965 com o objectivo de interferir na política do clube. De um movimento político nascia a maior torcida organizada no Brasil. Na década de 1970 os “Gaviões” eram actuantes nos desfiles carnavalescos de São Paulo, fazendo parte de uma ala da escola de samba “Vai-Vai” (que possui as mesmas cores do Corinthians). Com o passar do tempo os “Gaviões” criaram um "bloco" próprio, que anos mais tarde tornar-se-ia em uma escola de samba.

Grémio

A “Mancha Verde”, a principal “organizada” do Palmeiras, não tão antiga quanto os “Gaviões” também tem a sua escola de samba. O Palmeira conta também com a “TUP-Torcida Uniformizada do Palmeiras” e a “Acadêmicos da Savóia”. O São Paulo F.C. tem nas suas bancadas a “Torcida Independente”, o principal grupo do tricolor paulista. A equipa do Santos F.C. tem a “Torcida Jovem do Santos” e a “Sangue Jovem”. A “Torcida Jovem” é também uma das mais antigas actuantes do quotidiano do clube, havendo participado da chapa de oposição nas eleições para a presidência do Santos F.C. em 1970.

Durante a mesma década é criada no Rio de Janeiro a “Raça Rubro-Negra”, torcida organizada do clube mais popular do Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo. Um de dos seus fundadores, Márcio Braga, hoje é o presidente do clube. Outra Torcida importante e a mais antiga do Brasil é a “Torcida Jovem do Flamengo”, de 1967. A “Força Jovem” é a principal organizada do Clube de Regatas do Vasco da Gama e leva a bandeira de Portugal para as bancadas, em referência ao clube e à nacionalidade do grande navegador. O Fluminense conta com a “Young Flu” e a “Força Flu”. O Botafogo também possui uma dos mais velhos e actuantes grupos do Brasil, criada em 1969, a “Torcida Jovem”.

Torcida do Flamengo

Em 1977, no bairro Floresta, em Belo Horizonte (Minas Gerais), surge a “Máfia Azul”, do Cruzeiro Esporte Clube. Há também a “Fanati-Cruz”. Os arqui-rivais atleticanos fundaram em 1984 a “Galoucura”, mas contam ainda com os “Dragões da FAO”e a “Galö-Metal”.

No Rio Grande do Sul, destacam-se a “Torcida Jovem do Grêmio” (1977) e a “Camisa 12” (1969), do Internacional de Porto Alegre. Devido à localização geográfica, os adeptos dos clubes gaúchos têm seguido uma cultura de apoio ao clube que se verifica em países como o Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, a dos “Barras-brava”. Não são torcidas organizadas, cada adepto leva a sua faixa, a sua bandeira e muita disposição para cantar antes, durante e depois dos 90 minutos. Este tipo de adepto no Grêmio constitui a “Alma Castelhana/Geral do Grêmio” e no Internacional formam a “Guarda Colorada”.

Torcida do Galo

No Paraná, desde 1977 o Atlético Paranaense conta com o apoio da “Os Fanáticos”. O mesmo clube tem outro grupo de apoio - “Ultras do Atlético”, mas não possui quaisquer vínculos com os movimentos “Ultra” da Europa. Já a “Império Alvi-verde” é a do Coritiba Football Club” e a “Fúria Independente” apóia o Paraná Clube. Na região Nordeste do Brasil destacam-se a “Bamor”, do E.C. Bahia; “Os Imbatíveis”, do Vitória E.C.; os “Leões da TUF”, do Fortaleza; a “Cearamor”, do Ceará; a “Fanáutico” do Náutico; a “Gang da Ilha”, do Sport Recife (em alusão à Ilha do Retiro, onde fica o estádio do clube); a “Inferno Coral”, do Santa Cruz Futebol Clube. Na região Norte do Brasil convém destacarmos a “Terror Bicolor”, do Paysandu e a “Trovão Azul”, do Clube do Remo, ambos da cidade de Belém, capital do Pará.

Botafogo

Os conceitos do movimento “Ultra”, da mesma forma que ocorre na Europa não acontece no Brasil, lá conhecido como “Torcidas organizadas”. Possuem sim as mesmas raízes de contestação e reivindicação. Existem também algumas amizades. É possível citar dois eixos: adeptos das “organizadas” do Grêmio, Coritiba, Palmeiras, Vasco e Atlético Mineiro são “amigos” entre eles. O mesmo acontece dentro do outro eixo, constituído pelos adeptos das “organizadas” do Internacional, Atlético Paranaense, São Paulo, Flamengo e Cruzeiro. As claques mais antigas actuam fortemente no quotidiano dos seus clubes. As fundadas mais recentemente, nem tanto.

 

Fossa dei Leoni - Fortitudo

A edificação de um espaço dedicado à problemática que envolve os adeptos de todo o mundo, no sítio oficial da Torcida Verde será sempre um desafio por cumprir, dada a dimensão de um fenómeno com expressão planetária.

Neste espaço serão incluídos submenus que retratam os objectivos a que nos propomos: divulgação de notícias sobre as problemáticas relativas aos adeptos; tratamento mais aprofundado de temas tidos como relevantes; entrevistas dando voz a temas relevantes em discurso directo.

Aqui são protagonistas Grupos de Adeptos Organizados, ou quaisquer outros actores desta realidade.

 

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